domingo, 29 de novembro de 2015

Mais um ano sem mamãe




Há dois anos, na noite de 28 para 29 de novembro de 2013, por volta das 22 horas, falecia no Hospital Regional do Sudeste do Pará "Dr. Geraldo Veloso" a minha mãezinha, Antônia Monteiro de Souza, dona Cuqui, como era íntima e carinhosamente chamada por parentes e amigos. Perdi a minha mãezinha!
Mamãe! Ah, mamãe!...Tenho chorado sozinho ao longo desses dois anos, no recesso do meu lar, em variadas horas do dia ou da noite, a dor inconsolável dessa perda. É natural que seja assim, eu sei. Haverei de continuar chorando, porque minha mãe, igual todas as mães, é inesquecível e, claro, insubstituível.
Não é saudade eterna, porque eu creio na vida futura, no céu com o Pai, onde tudo será diferente: é, contudo, saudade para toda a vida. Saudade boa, mas doída sempre, à qual se vão somando outras saudades, tal qual esta a outras saudades se somou. É a vida, com as suas perdas inevitáveis. Antes da minha mãe, perdi meu pai, meu irmão Raimundo e meu tio Américo. Antes deles, perdera minha sogra, dona Ana. Agora, dia 17, perdi minha tia Maria do Carmo, a tia Neguinha.
O choro e a saudade pela perda de um ente querido são sempre inconsoláveis, por se saber que não haverá volta, pois a morte não é o fim da história, mas é o fim da vida na terra. A Bíblia Sagrada fala disso. Lembra-me sempre o choro de Raquel: “Em Ramá se ouviu uma voz, lamentação, choro e grande pranto; era Raquel chorando os seus filhos e não querendo ser consolada, porque já não existiam” (Mt 2.18). Nossos entes queridos que se foram estarão sempre conosco, porque seus feitos, gestos e palavras estão em nossa mente e nosso coração, mas a lembrança, por lembrar a perda, dói e dói muito sempre.
Há, contudo, se não o consolo nesta vida, a esperança na vida futura, após a morte. (Falo aos que creem como eu creio. Quem não crê fique em paz com sua consciência e sua descrença. Somos amigos da mesma forma.) Diz, pois, a Bíblia: “E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas” (Ap 21.4).
Deus, ó Deus, ao teu nome toda a honra e toda a glória, pela eternidade! Mamãe, ó mamãe, ainda que eu não escreva outras crônicas, tu estarás comigo, na mente e no coração, enquanto vida eu tiver. Until the end of times. Até o fim dos tempos. Obrigado por tudo, por teres sido a minha mãe!