domingo, 2 de novembro de 2014

Dia de Finados



Hoje, 2 de novembro, no Brasil, é Dia de Finados. As pessoas vão ao cemitério visitar os túmulos de seus entes queridos. É natural ser assim enquanto durar nossa passagem pela terra. Muitos acendem velas e rezam como intercessão, porque assim creem. Outros, não o fazem, porque também creem diferentemente. É questão de fé, e fé não se deve discutir. Nada há de errado em ir ao cemitério visitar o sepulcro de um ente querido. A Bíblia diz que há tempo para todo propósito debaixo do céu, inclusivamente, tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de saltar de alegria (Ec 3.4).

Não acendo velas nem rezo nem oro pelos mortos, porque creio não ser bíblico fazer isso. Para mim, não há sentido algum, a não ser o fato de ser pecado como heresia. Não é disso, contudo, que quero tratar, até por entender que aqui não seria o foro adequado nem seria propícia a ocasião. Cada um com sua crença ou sua descrença, fé ou falta de fé. Quero falar é da vitória sobre a morte na qual muitos creem como eu creio e, por isso, a aguardam, como eu aguardo, com grande expectação. Cada um, obviamente, conforme sua religião.

Meus pais, João Belizário de Souza e Antônia Monteiro de Souza, já não estão conosco, porque se encerraram seus dias sobre a terra: faleceram, foram sepultados e agora nos são apenas de saudosa lembrança, lembrança doída pela certeza da ausência para sempre. Marabá é a cidade dos sepulcros dos meus pais, aqui eles foram sepultados.

Lembra-me o profeta Neemias, que fala, cheio de ternura, da cidade onde estão os sepulcros de seus pais, conquanto estivesse triste no momento de sua fala, não pela morte dos pais, mas pela desolação de Jerusalém, que caíra escrava sob o jugo da Babilônia. A Bíblia o registra (Ne 2.3-5) e  tenho meditado sobre isso.

Com efeito, é consolador a Bíblia dizer da vitória sobre a morte. O apóstolo Paulo, na sua carta aos cristãos de Corinto (1 Co 15.19-20), escreveu: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens. Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem.” E, em outra ocasião, agora escrevendo aos irmãos de Tessalônica (1 Ts 4.14), ele disse: “Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem.”

Sem exageros, sem idolatria nem outra heresia qualquer, mas com gravidade e respeito à memória dos mortos, vejamos o cemitério – também chamado de campo-santo, pelo que representa para as pessoas – como um jardim que ele é, onde repousam os restos mortais de nossos entes queridos. O cemitério, por tudo que significa para o ser humano, é lugar de sossego e leva à reflexão mais profunda. Eu vejo assim, não sei os outros. Nada há de errado em ir ao cemitério visitar o sepulcro de um ente querido. Repito.

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