quinta-feira, 4 de abril de 2013

A felicidade e o outro: inter-relações e dependência



Minha felicidade depende do próximo, assim como a dele depende de mim. O natural é, pois, que cada nova pessoa conhecida se incorpore à nossa vida, nosso maior patrimônio, de forma que, não raro, só vivo feliz sem a pessoa até o dia em que a conheço: depois que a conheço, sua ausência, ou mesmo sua presença indiferente, me faz sofrer.

Nem sempre, contudo, é assim. Não sei se felizmente ou infelizmente. Tem-se, às vezes, que fazer uma catarse, porque há pessoas que a infelicidade de conhecê-las ou mesmo de simplesmente tomar conhecimento da existência delas torna a nossa vida incomparavelmente pior e transforma, ainda que momentaneamente, nossos sonhos mais lindos em horripilantes pesadelos. Vote, assombração!

 Em quase tudo na vida, os efeitos da ação e da omissão se confundem, porque é muito tênue o lapso filosófico que separa um fenômeno do outro, a ação da omissão. Indiferença nos relacionamento é coisa do diabo. A indiferença corta como lâmina afiada, dói e destrói. Eu preciso do outro, do próximo, do semelhante, na mesma medida que ele precisa de mim. Não há como ser diferente, conquanto nós, os humanos, sejamos ao mesmo tempo extremamente complicados.

Fiz hoje mais uma catarse, para poder continuar vivendo bem e produzindo, cumprindo a minha pequena e com efeito insignificante parcela de colaboração na construção do grande edifício social, que é a humanidade. Vivemos dizendo que é preciso mudar o mundo, mas não é. A Bíblia – para quem acredita nela – diz que Deus, após concluir a criação, contemplou sua obra e viu que era muito boa. Está escrito: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia” (Gn 1.31).

Não é preciso mudar o mundo, é preciso mudar as pessoas. O homem, as pessoas é que, querendo mesmo, estragam tudo. Volto, propositadamente, à ideia principal do texto. Há pessoas que a nossa maior infelicidade é conhecê-las ou até mesmo simplesmente tomar conhecimento da existência delas. Com gente assim, não dá para continuar se relacionando, dependendo delas. Vade retro!...

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