domingo, 15 de abril de 2012

Tarde da Crônica na Escola do Sesi



Literatura é a arte de transpor a vida real para a ficção, mas a crônica é literatura de boa qualidade, sem ser ficção. Mais que feliz, portanto, foi a iniciativa pedagógica da Escola “Mário Thomazelli”, do Serviço Social da Indústria (Sesi) em Marabá, de trabalhar esse gênero textual com as turmas da quarta série do ensino fundamental. São duas turmas envolvidas no projeto pedagógico, a da Professora Eliana Neves e a do Professor Wynklyns Lima. E delas sairão bons cronistas, que, dentro em breve, estarão escrevendo em blogues, jornais e revistas. Sem exagero e com inerrante convicção o afirmo.

 O leitor, por certo, está a indagar por que escrevo com essa convicção. A resposta é simples. Escrevo isso porque tive a felicidade de dar uma palestra sobre crônica, para as duas turmas, na presença de ambos os professores, dia 12 de abril de 2012, quinta-feira passada, à tarde, atendendo ao honroso convite que me foi feito pelo Professor Wynklyns, meu amigo desde os tempos da Universidade Federal do Pará, onde estudei Direito e ele estudou Pedagogia. Aliás, da mesma época e nas mesmas circunstâncias, também conheço a diretora da escola, Professora Claudiana Guido. 

Fiquei felicíssimo, porque saí de lá comovido e encantado com a atenção e amabilidade das crianças. A palestra foi dada como parte das atividades do projeto que,  oficialmente, está sendo desenvolvido pela instituição. Assim, além dos dois professores, presentes do começo ao fim, também nos prestigiaram, assistindo a parte da palestra, as Professoras Claudiana Guido, diretora, e Saionara Razera, secretária. Mas eu me apaixonei mesmo foi pelo carinho e atenção das crianças, que, durante todo o tempo, demonstraram interesse e entusiasmo no mais profundo sentido dessas palavras.

Foi, para mim, muito gratificante. Ver ali o reconhecimento e a aceitação da minha humilde obra literária como cronista trouxe-me o incentivo necessário para, se vida e saúde tiver, continuar cronicando por mais décadas e décadas. A alegria e o entusiasmo com que, por exemplo, a Professora Saionara falou da minha crônica “A boca denuncia o coração”, escrita para a revista Foco Carajás, lida por ela recentemente em um consultório médico, me deixou profundamente sensibilizado e agradecido. De igual modo, a leitura pelo Professor Wynklyns da minha crônica “O tempo e a coisa”, do livro Crônicas do Cotidiano, publicado pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores, do Rio de Janeiro, em agosto de 2011.

Após a palestra, tive a felicidade de conhecer, na sala de aulas do Professor Wynklyns, as crônicas escritas pelos alunos à guisa de atividades, e, como não poderia deixar de ser, fiquei deveras entusiasmado pela produção daquelas crianças. Não tenho dúvida – repito – de que dali sairão bons cronistas. Os trabalhos produzidos por eles demonstram, de forma inequívoca, a existência de capacidades e vocações para a arte da palavra escrita. Basta tão somente que sejam apoiadas e, por conseguinte, desenvolvidas. 

Registro em crônica, portanto, meu agradecimento especial e sinceros parabéns a docentes e discentes da Escola “Mário Thomazelli” envolvidos na iniciativa. Agradecimento, pela oportunidade que me deram de conhecer e poder contribuir, um pouquinho só que tenha sido, para a formação de tão lindas, importantes e amáveis criaturinhas, que ficaram para sempre no meu coração. Parabéns, pela certeza inabalável de que a instituição está no caminho certo e faz educação e ensino de boa qualidade. Ah, como teria sido bom se tivesse eu tido essa oportunidade – que não tive – na minha quarta série do ensino fundamental!

Ah, preciso encerrar e, por isso, encerro!  Vou fazê-lo, contudo, citando o que escreveu Joaquim Ferreira dos Santos, na introdução do livro As Cem Melhores Crônicas Brasileiras, que diz: “A crônica não quer abafar ninguém, só quer mostrar que faz literatura também. Textos feitos para o momento e que, pela qualidade, vão ficar para sempre.”  

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