quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Banho de chuva


Depois de muitos anos, voltei a tomar banho na chuva, ato simples, mas agradável, muito agradável. Aliás, as coisas simples da vida são sempre muito agradáveis. É muito bom tomar banho, descalço, na chuva, como eu fazia na infância e na adolescência, juntamente com meus irmãos um ano e dois anos mais novos do que eu: José e Raimundo.

Falar de coisas simples da vida me faz lembrar sempre que a Bíblia diz que as coisas encobertas, os mistérios, pertencem a Deus, mas as coisas reveladas pertencem a nós e a nossos filhos, para sempre. Está escrito lá em Deuteronômio, capítulo 29, versículo 29. Bom de decorar, não é?...

Não vou entrar em pormenores de hermenêutica, exegese, interpretação desse texto. Não, porque esse não é meu objetivo aqui e, principalmente, porque, para mim, ele é muito claro. Demais disso, penso que não tenho a formação acadêmica exigida para tal, deixemos isso para os doutos. A gente precisa viver a vida como a vida é, tomar posse das coisas boas, que são simples, mas importantes e belas, deixar de sair por aí à procura de coisas difíceis, de complexidades.

Há outra passagem bíblica, dentre muitas, que também fala muito profundamente ao meu coração, aliás, ao coração de quem a lê, porque ela, a despeito da verdade que encerra, é muito simples. É o versículo 10 do capítulo 90 do livro de Salmos, o qual diz que os dias da nossa vida chegam a setenta anos e que, se alguém passa disso, o resto é canseira, enfado, sofrimento ou, por minha conta, coisa que o valha.

Mais uma vez, desnecessária a exegese, a interpretação. A Bíblia diz o que diz, que está escrito. E basta. Nada mais. Os homens, as pessoas, é que complicam tudo. É incrível como há pessoas que gostam de complicar as coisas e andam, ansiosas, sempre à busca da complexidade!  Misericórdia! Sim, misericórdia!... É preciso ter sabedoria para ver e contemplar a beleza e a complexidade das coisas aparentemente simples.

A vida é curta, muito curta, e, por isso, deve ser vivida, como se cada momento fosse o derradeiro, até porque um deles, que não sabemos qual é, realmente o será. E aí, babau, cachimbo de pau! Depois da morte, o juízo! É, sim! A Bíblia também o diz, não obstante exista quem acredite  na reencarnação. Eu não acredito, mas isso é outra história. Respeito quem acredita, como quero e exijo que me respeitem.

Eu quero é tomar banho de chuva e fazer outras coisas semelhantes, que se danem o mundo e quem gosta de complexidades. Tomar banho, descalço, na chuva é bom, se a chuva é grossa, abundante. Principalmente, se for à tarde; não sei por quê, mas, à tarde, é mais gostoso. Eu já fiz muito isso, desde criança e posso, por isso, garantir que vale a pena. Sim, “paga a pena”, como diria Machado de Assis. Experimente você que, porventura, nunca o fez. Depois, quando me encontrar por aí, comente comigo. Diga-me o que sentiu.

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