sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Dietinha medicamentosa

De manhã, ao acordar, tomar digoxina, Ictus, ômega 3, Aradois e Diurisa. E, mais tarde, por volta das 10 horas, não se esquecer do Fluxene. No almoço, Plaketar e ômega 3. No jantar, ômega 3. Por fim, mais ou menos às 20 horas, Ictus. Eis a dieta medicamentosa diária do Dr. Valdinar Monteiro de Souza, paciente cardiopata, que, ainda assim, é feliz da vida, a despeito de, às vezes, ser zangadão. Ou seja, são dez doses diárias de remédio, cuja ingestão se inicia ao acordar e se encerra à noite, por volta das 20 horas. De uns meses para cá, em um dia são dez doses, no outro são nove, no outro são dez, e assim por diante, pois a digoxina passou a ser tomada dia sim, dia não. Ainda bem que as doses são pequeninas.
Esses são todos em decorrência da miocardiopatia, exceto o Fluxene, que é para depressão (embora esta decorra daquela), mas, não muito raramente, ainda ando ingerindo outros mais, sempre sob prescrição médica, se me acomete outra enfermidade. Não sou hipocondríaco, é claro, nem gostaria de ser, é óbvio; sou cardiopata e não me orgulho disso (não sou doido). Alguém pode estranhar e até dizer que vivo para tomar remédios, mas, não; na realidade, tomo remédios para viver. O problema - se é que pode ser visto assim - é que, além da cardiopatia, padeço, por exemplo, de alergia respiratória e reumatismo, apesar de ser um indivíduo até bonitão (risos bem discretos, devidos à modéstia que é grande), e tomo remédios, por ordem médica, para curá-los ou, quando não, aliviá-los.
Desde agosto de 2008, sou cardiopata e consumo diariamente esse amontoado de remédios. Já falei disso muitas vezes a parentes, colegas e amigos; também já o fiz em crônicas, como, por exemplo, “A Droga Minha de Cada Dia”, que publiquei há algum tempo. Estou falando (aliás, escrevendo) de novo. Primeiro, simplesmente porque o quero. Segundo, porque, me lembrando agora de que falei disso ontem a meus irmãos de Maçonaria, resolvi escrever esta crônica sem graça e sem gosto, até para, citando os medicamentos, demonstrar (notadamente a quem porventura duvida) como é que tomo remédio dez vezes por dia ou mais, quase todos os dias.
É remédio que não acaba mais! Já faz algum tempo que, sempre ao ir à consulta com outros médicos e ao laboratório, para fazer exames, levo a receita do cardiologista, para não correr o risco de me esquecer de algum dos remédios que tomo. Às vezes, acho até graça disso. Fazer o quê? É a vida (que continua; nós é que passamos). Most things turn to ashes when burned (todas as coisas viram cinzas quando queimadas). Alguém duvida? Eu duvido: nunca vi cinza de gasolina.
Ah!... Outra coisa, antes que dela me esqueça. O nome do princípio ativo dos medicamentos (como digoxina, por exemplo) é escrito com inicial minúscula; a marca, não; a marca escreve-se com inicial maiúscula. É isso (imitando o Professor Pasquale Cipro Neto, a quem muito admiro, mas não tem a patente nem o direito autoral dessa frase, conquanto goste muito de escrevê-la e dizê-la nos seus programas e nas suas  crônicas sempre muito elegantes).

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